Se o grafiteiro não puder cobrar por sua arte vai viver como? De caridade?
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É senso comum chamar grafite de arte e pixação de vandalismo. Mas, como esclarece o graffiteiro Gê, o limite que separam essas duas formas de arte é muito confuso: “Acredito que esse preconceito se desenvolveu mais no Brasil. No resto do mundo não tem essa diferença entre grafite e pixação. Tanto quem faz pixação quanto quem faz grafite são ‘escritores’. Um nasceu do outro, são feitos nas ruas. Dentro do próprio grafite existem pessoas que só fazem letras, outras só fazem personagem. A variedade é muito grande. No final, é tudo a mesma forma de expressão: tinta na parede”.
Também é comum relacionar a pixação com a briga de gangues. E isso realmente ocorre. Por meio das tags, que é como se denomina as assinaturas no mundo da pixação, os pixadores demarcam territórios. Quando uma pessoa assina em cima de outra , “atropelando” assim o outro pixador, as consequências podem ser fatais. ”A pixação cresceu muito, então a galera forma grupo, gangue, e acontece brigas sim. Mas acho que o desrespeito existe em qualquer área. No trabalho, na escola, na religião. Talvez na pixação isso se evidencie mais, pelo fato de as pessoas já estarem na ilegalidade. Mas acredito que isso é natural do homem”.O professor e adepto da arte de rua João Paulo também não vê tão claramente a divisão entre grafite e pixação: “Grafite é algo inscrito em uma superfície que não estava preparada anteriormente para recebê-la, assim como a pixação. A questão é que a técnica do spray toma as artes plásticas e isso é confundido com grafite. Por isso, talvez, ele é mais aceitável pela população, e rotulado como arte em oposição a pixação”
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